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A cultura da empresa é formada ou adquirida?

Por: José Valdir Cavicchioli, Consultor de Transportes

Quando se fala em cultura da empresa logo se pensa em clima, em identidade, em conceitos de trabalho. E é isso mesmo, talvez com alguns outros predicados. Ocorre que nem sempre a cultura é algo pensado, um lugar onde os valores desejados estão presentes. É comum empresas que nem sequer abordam o assunto, por desconhecimento de sua relevância ou simplesmente por acharem que isso não é importante; aquele conceito do tipo “deixa isso pra lá...”, comum em muitas delas, independentemente do porte.

O fato é que a formação de uma cultura própria causa transformações no modo de pensar das pessoas, mesmo que inconscientemente, pois criam aderência aos valores e passam a fazer as coisas em sintonia com a identidade da organização.

Vejamos, por exemplo, uma empresa com cultura por resultados. As pessoas tendem a serem mais racionais, mais combativas e fiquem atentas a entrega, pois sabem que em algum momento alguém vai chegar e dizer: “amigo, o que temos para hoje? ”. Ou ainda uma empresa com cultura de segurança, onde subir a escada apoiando-se no corrimão é um dever de todos, ou onde falar ao celular dirigindo pode ser motivo de demissão.

Quase sempre a cultura da organização vem das diretrizes dos acionistas (ou do acionista), segundo seus valores e suas vontades de como devem ser as coisas por ali. Mas não se engane, isso só vai funcionar se eles forem as referências, com seus exemplos e suas atitudes.

Existem coisas a serem feitas para que a cultura organizacional seja entendida e multiplicada ao pessoal, de tal sorte que seja perceptível até mesmo ao público externo. Cada uma a seu modo, a empresa deve encontrar seus métodos de disseminação de sua cultura, da portaria à presidência.

Pois bem, mas e se não houver algo definido, pode-se buscar no mercado um modelo de cultura? Claro que não. Cultura não se compra, se constrói (e leva tempo!). É possível, sim, buscar algumas referências, desde que os conceitos de fora estejam em sintonia com o que faz sentido aos acionistas e sejam oportunos trazer para dentro.

Se a empresa que você trabalha é uma daquelas que não pensam nisso, tente encontrar alguma forma de levar o assunto avante e, sem encontrar eco com quem manda, talvez seja um desafio dos mais relevantes em sua carreira corporativa.