Não, não quero...
Por: José Valdir Cavicchioli, Consultor de Transportes
Vender e comprar é uma relação comercial milenar. Pressupõe-se que determinada pessoa possui um produto ou serviço que deseja oferecer a outra, a qual tem o livre arbítrio para se decidir se quer ou não comprar aquilo. A expressão “livre arbítrio” é um dos instrumentos mais democráticos que existe. Afinal, se a pessoa a quem é ofertado o produto não quer ou não pode comprá-lo, por qualquer que seja a razão, simplesmente ela o rejeitará. E pronto!
No mundo real às vezes não é assim que as coisas funcionam, pois nem sempre aquele que representa a figura do comprador está disposto a finalizar o caso de forma transparente. Com isso, ele deixa nosso otimista vendedor com um sentimento de esperança de que a venda ainda possa ser concretizada em dado momento, mesmo sabendo, em seu íntimo, que não irá comprar o produto. Mas por quais motivos então o comprador não expressa sua decisão? Vejamos algumas sugestões:
1. Não deu a menor pelota e acha perda de tempo continuar falando com o vendedor, embora essa postura não seja lá muito legal.
2. Simplesmente se esqueceu do assunto.
3. Não quer passar pelo desconforto de dizer “não”, especialmente quando o vendedor é seu “amigo”.
Vejamos agora como pode ser vantajoso às duas partes quando o comprador comunica o vendedor sobre sua decisão de rejeitar o produto:
1. O vendedor suspende seus follow-ups e para de perder tempo com aquela prospecção. “Bola pra frente”, pensa ele.
2. O comprador não será mais incomodado com telefonemas, e-mails e WhatsApps recorrentes do vendedor.
Para ser coerente com o início do texto no tocante ao livre arbítrio, cada pessoa decide sobre seu comportamento, mas é louvável ao comprador finalizar o assunto da maneira adequada, exercitando a simples expressão “não, não quero...”. Até porque todo vendedor tem plena consciência que não existe no mundo algum produto com taxa de conversão de 100% e, além do mais, sabe também que a negativa do comprador é algo absolutamente normal.
Dizer “não” é uma atitude madura, profissional e autêntica. Deixar o vendedor sem resposta faz com que ele fique imaginando os prováveis motivos da recusa, um exercício mental improdutivo e que algumas vezes o leva a conclusões que não possuem o menor fundamento. Em nome do profissionalismo, isso pode ser tranquilamente evitado.