Um pouco mais sobre zona de conforto
Por: José Valdir Cavicchioli, Consultor de Transportes
É claro que uma carreira de sucesso está intimamente ligada ao oposto do que se chama de zona de conforto, que vamos aqui chamar de zona de inquietude, onde aprender e fazer mais e mais é um lema, um propósito de vida. Tenho observado que muitas pessoas desejam crescer, chegar ao topo ou a camadas intermediárias, mas o método traçado para chegar ao Olimpo nem sempre é eficaz. Entra aqui a tão famigerada zona de conforto que, no português claro, é fazer as mesmas coisas, todos os dias, e acreditar que chegará a um lugar diferente. É ocupar-se com baboseiras nas horas vagas, sem a exata noção que o tempo vai se esvaindo e não jogará a favor logo mais adiante, quando pode ser tarde demais.
Definidos os conceitos, o ponto de reflexão é o seguinte: estar na zona de conforto é uma decisão pessoal? Ou, melhorar dizendo, o responsável é o indivíduo? Sim, pero no mucho. Na modéstia opinião do autor a empresa tem lá sua parcela de culpa, sim. Vejamos. Quando nada de novo é feito pela alta direção, quando não há impulsos para levar as pessoas a novos patamares, quando não há investimentos em pessoas, enfim, quando o board não se prontifica a “chacoalhar” a galera, a tendência é que esse pessoal permaneça na mesmice de sempre, pois como é sabido, tudo emana de quem manda e os efeitos multiplicadores são inexoráveis, seja para qual lado for.
É fácil notar quando as coisas andam, quando prevalece a zona de inquietude. A empresa cresce, as pessoas evoluem. Zona de conforto é um estado de inércia que atinge muita gente, mas nem sempre queremos colocar “o dedo na ferida”, pois estar fora dela dá trabalho, gasta-se dinheiro e neurônios, gera cansaço físico e quase sempre diversas indisposições pessoais. Aqui vale o bom e velho ditado: “não tem almoço de graça”.
Resta saber onde queremos estar amanhã e, que fique claro, estar na zona de conforto pode ser uma decisão de vida e não há nada de errado nisso. Afinal, ser feliz é o que basta. Só não vale lá na frente achar que faltou sorte ou que a vida não sorriu, assim como fez para outras pessoas que se colocaram na zona de inquietude. Bom seria se a empresa também entendesse sua responsabilidade no contexto. Contudo, quando isso não acontece, melhor carregar suas tralhas ir à luta, ainda que seja em outra empresa.